Há 95 anos, mais precisamente no dia 31 de maio de 1917, nascia a atriz Zilka Sallaberry, que em sete décadas de carreira atuou em mais de 30 novelas e minisséries, e mais de 10 peças de teatro, sendo até hoje lembrada por sua interpretação de Dona Benta, no infantil “Sítio do Pica-pau Amarelo”, exibido entre 1977 e 1986 pela Rede Globo.
Proveniente de uma família de artistas, era neta de Cândido Nazareth, ator e dono de companhia teatral; sua mãe, Luísa Nazareth, também era atriz, assim como suas irmãs, Alair Nazareth e Lourdes Mayer. No entanto, o desejo da família era que Zilka se afastasse dos palcos. Por esse motivo, estudou e formou-se em Ciências Econômicas, mas nunca chegou a exercer a profissão: sua estreia no teatro aconteceu depois de seu casamento com o ator Mario Sallaberry, de quem adotou o sobrenome.
Zilka viveu um grande drama em sua vida pessoal. Seu marido morreu em um acidente de automóvel, quando viajava com sua companhia teatral do Recife para o Rio de Janeiro, deixando a atriz viúva e com um filho pequeno, Mario Geraldo. Depois de muitos anos de luto, ela recebeu a ajuda de sua irmã Lourdes para voltar ao trabalho, dessa vez na televisão. Depois de um pequeno papel em “Câmera Um” (1956), de Jacy Campos, Zilka é chamada por Fabio Sabag para o elenco do “Teatrinho Troll”, exibido em 1956 pela TV Tupi. Durante dez anos ela participou do programa que adaptava contos infantis, sempre fazendo o papel de bruxa.
Nesta época, encenou diversos espetáculos, como “Adorável Júlia” (1957), “O Mambembe” (1959), “O Cristo Proclamado” (1960), “Com a Pulga Atrás da Orelha” (1960), “O Velho Ciumento” (1961), “Beijo no Asfalto” (1961), e “O Homem, a Besta e a Virtude” (1962).
Zilka chegou à Rede Globo em 1967, estrelando a novela “A Rainha Louca”, e participou de importantes momentos da teledramaturgia, como “Irmãos Coragem” (1970), “O Bem-Amado” (1973), “O Casarão” (1976), “O Primo Basílio” (1988), “Vale Tudo” (1988), “Que Rei Sou Eu” (1989). Na década de 70, encantou o Brasil como a Dona Benta de “Sítio do Pica-pau Amarelo”, marcando a infância de diferentes gerações.
No cinema, seu último trabalho foi no filme “Xuxa e os Duendes”, em 2002. No mesmo ano, realizou a última novela - “Esperança”, de Benedito Ruy Barbosa. Em 2005, Zilka foi internada no Hospital Samaritano, com uma infecção urinária. A atriz morreu um mês depois, no dia 10 de março, vítima de uma infecção pulmonar associada à arritmia cardíaca. No ano seguinte, o Centro de Pesquisa e Estudo do Teatro Infantil cria o Prêmio Zilka Salaberry de Teatro Infantil, hoje em sua 6ª edição, que premia as produções que se destacam durante o ano no cenário teatral da cidade do Rio de Janeiro.
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