Durante ao longo das adaptações do Sítio do Picapau Amarelo para a televisão, muitas foram as críticas que surgiram. Críticas relacionadas as modernizações. Cada época se manifestou de alguma forma.
No dia seguinte à estreia do Sítio em 8 de março de 1977, o jornal A Folha colocou uma crítica no caderno Ilustrado, dedicado aos programas televisivos.
Já no Sítio, Emília vivia se queixando do barulho e da agitação das grandes cidades e dizia que isso seria um grande problema à paz. Na Rede Globo, desde ontem à tarde, entre automóveis, bombeiros e policiais, a agitada boneca pode perder a fala, pois a sua profecia acabou acontecendo.
Mas nem mesmo a Emília poderia imaginar que a Globo iria fazer no Sítio de Dona Benta. Até astronauta vai aparecer por ali para brincar entre bois e vacas. Se ganhou uma prancha de surf, uma mesa de futebol de botões e outros brinquedos caros e sofisticados, Pedrinho perdeu um de seus melhores amigos: Peter Pan. Por ordens da Globo, o rapaz vai ficar em seu exílio na Terra do Nunca. Sem nenhuma consulta à Dona Benta, a emissora tirou o pó de pirlimpimpim.
Mas na Globo, tem policiais simpáticos como aquele interpretado por Marco Nanini. Ele deve ter sido o escalado para dar aulas de trânsito para as crianças. Ontem, se dedicou a salvar um menino que ficou trancado no banheiro, jogou a chave pela privada e não tinha como sair. Depois esse guarda levou um tombo, que devia ter intenções humorísticas, mas nem os figurantes contratados conseguiram dar risada à cena.
A julgar pelo primeiro capítulo de ontem, parece difícil que os meninos venham se preocupar, nesses tempos de contrato de risco, e de alta da gasolina com o petróelo, o ferro, domínio das riquezas naturais. Mas o departamento comercial, demonstrou pudor de não colocar reclame da Esso no intervalo. De qualquer forma o público não seria adequado.
Texto adaptado da Folha. Em outra postagem iremos colocar as críticas ao Sítio de 2001.
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