“O artista tem que viver entre o povo, embora não deva fazer concessões à popularidade. Ser popular não é o mesmo que ser vulgar. O "xis" da questão está em tomar um assunto complicado e difícil, digerí-lo, simplificá-lo e torná-lo acessível ao grande público. Resumir numa charge, por exemplo, um problema econômico ou financeiro, eis o ideal(...) fazer arte para ser entendido por algumas pessoas é criar uma aristocracia artística."
Belmonte
Belmonte, o grande caricaturista da década de 40, criador de inúmeros personagens, entre eles o famoso Juca Pato, que utilizava suas críticas a sociedade nas páginas da "Folha da Manhã", foi quem conseguiu, com maestria, configurar as situações criadas por Monteiro Lobato do Sítio do Picapau Amarelo.
"Belmonte realizou um trabalho de muito bom gosto, "arredondado", que teve muito haver com o grafismo da época e foi o único que conseguiu captar a obra de Lobato". Assim, é que Ivo Branco, jornalista e cineasta define o trabalho de Belmonte. Ivo Branco realizou o ano passado um curta metragem a pedido do museu Imagem e Som, da Universidade de Taubaté, que juntos, realizaram um projeto para comemorar o centenário do escritor.
Belmonte iniciou a criação dos personagens infantis, na década de 30, nas páginas da Folha da Manhã, com Bastinho e Bastião. Na década de 40, Belmonte começou a dar corpo aos personagens de Lobato. Para Ivo Branco, a criação do desenhista não se resumia aos livros de Lobato, mas sim em vários veículos.
Foi Belmonte que trouxe uma Emília com feições mais humanas, tendo evoluído para as bonecas que imitavam o rosto infantil - mantendo os "olhos de retrós", ou seja, dois pontos negros (1936-39).
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