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sábado, 1 de março de 2008

Nos passos do herói


Manter a ordem e o silêncio dentro de um estúdio, com elenco adulto, não é fácil. Quando os protagonistas são crianças entre 7 e 9 anos, como acontece no Sítio do Pica-Pau Amarelo, da Globo, é quase impossível. A missão de produzir episódios diários parece então digna de herói. Eis uma boa razão para os redatores do infantil recorrerem a Hércules — o semideus com aspirações ao Olimpo que Monteiro Lobato retratou no livro Os Doze Trabalhos de Hércules, baseado na mitologia grega. Ele é a fonte de inspiração para a trama que o Sítio do Pica-Pau Amarelo apresenta a partir de amanhã e que, durante um mês, vai levar Pedrinho, Emília, Visconde e Narizinho a uma viagem através do tempo e da história. ‘‘A gente viaja com o pó de Pirlim-pimpim’’, adianta César Carda-deiro que, aos 9 anos, vive o Pedrinho na atual adaptação da obra de Lobato.



Na fantasia do Sítio, porém, o fortão da Grécia Antiga não está com a bola toda. Hércules é apenas o ‘‘muque da turma’’, que age pela força. Na verdade, é a boneca Emília quem dá as boas idéias, enquanto Visconde mantém o posto de sábio conselheiro. Ao longo da trama, contudo, o herói — vivido pelo ator Rodrigo Faro — vai aprendendo a exercitar também o cérebro e descobre a importância da educação. ‘‘Não é que ele seja burro. Só não é inteligente como o Rodrigo’’, diz a serelepe Isabelle Drummond, de 7 anos, que dá vida à boneca de pano.
Após um mês gravando com os atores-mirins, Rodrigo Faro sente-se mais que à vontade junto às crianças. O ator conquistou particularmente a amizade de Isabelle. ‘‘Outro dia ela me disse que a Emília chora quando vou embora’’, conta, envaidecido.



Hora do trabalhoMas a bagunça das crianças termina quando chega a hora de gravar. Com o texto quase sempre na ponta da língua, Isabelle, César e Lara Rodrigues, que interpreta a Narizinho, levam a sério o trabalho e acatam prontamente as orientações do diretor Márcio Trigo. ‘‘Gravar com crianças tem suas particularidades. A gente precisa se adaptar ao ritmo deles’’, ensina o diretor, que divide a função com Pedro Vasconcelos, sob comando do diretor geral Roberto Talma. ‘‘Gravar com eles é uma grande diversão. O trabalho flui com prazer. Sou fã dessa turminha’’, diz Leonardo Brício, que retorna ao programa na pele do personagem grego Belero-fonte.



E participações não faltam em Os Doze Trabalhos de Hércules. Além de Rodrigo Faro e Leonardo Brício, entram em cena atores como Maria Luísa Mendonça, Lília Cabral, Fer-nando Eiras, Guilherme Leme e o jovem Caio Baldino, que estreou com personagem Rodrigo de Bambuluá. A Caio cabe a metade superior do mitológico Centauro, criatura fantástica da mitologia grega que tem cabeça e tórax humanos no corpo de um cavalo. Já a metade eqüina de Meio a Meio — como o dócil centauro é batizado pela irreverente Emília — é vestida pelo acrobata Thiago Fairbacks. ‘‘É preciso ter muita resistência. A coluna dói e, dentro da roupa, o calor é infernal‘‘, conta

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