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sexta-feira, 21 de março de 2008

A primeira temporada do Sítio do Picapau Amarelo


Estréia na próxima sexta-feira, dentro do infantil Bambuluá, a nova versão do Sítio do Pica-Pau Amarelo, seriado inspirado na obra homônima do escritor Monteiro Lobato, e que embalou os sonhos das crianças brasileiras nos anos 60, 70 e 80.


Gravado nos estúdios de Renato Aragão, em Vargem Grande, zona oeste do Rio de Janeiro, o novo Sítio assume ar bem mais moderno do que o seriado que a Globo deixou de exibir há mais de 20 anos. A atração vem como presente, já que sexta é 12 de outubro, dia da criança.


Zilka Salaberry, que até hoje é apontada como a compreensiva avó Dona Benta, cede o posto para Nicete Bruno, e a cozinheira Tia Nastácia, vivida no passado pela falecida Jacyra Sampaio, será interpretada pela ex-Frenética Duh Moraes. Um dos traços de atualidade do novo Sítio atinge em cheio estas duas personagens: Dona Benta receberá correspondências pelo e-mail e Tia Anastácia fará seus quitutes em um microondas. ‘‘Acho que Lobato concordaria com isso, pois ele foi um dos escritores mais visionários do país’’, diz o diretor Roberto Talma, que está à frente do projeto do novo Sítio desde a concepção, há dois anos.


Os demais personagens fixos do seriado também são bastante conhecidos: Tio Barnabé (João Acaiabe), Pedrinho (Cesar Cardadeiro), Narizinho (Lara Rodrigues), Emília (Isabelle Drummond), Visconde Sabugosa (Cândido Damm), Saci (Izak Dahora), Cuca (Jacira Santos), Marquês de Rabicó (Aline Mendonça), Burro Falante (Zé Clayton) e Quindim (Sidnei Beckencamp).


A proposta desta nova versão do Sítio do Picapau Amarelo para tevê é atualizar a obra de Monteiro Lobato procurando ser o mais fiel possível aos textos originais. Para tanto, os redatores Luciana Sandroni, Marina Mesquita, Claudio Lobato e Toni Brandão estão relendo, com cuidado, todos os livros do escritor. ‘‘Estamos trabalhando em ritmo intenso e lado a lado com os livros publicados por Monteiro’’, garante Luciana Sandroni. ‘‘Como a ação se passa nos dias de hoje, a linguagem foi atualizada e as nossas gírias foram incorporadas para dar mais veracidade aos diálogos‘‘, explica Luciana.


Ao mesmo tempo, o público infantil também vai conhecer palavras e gírias antigas. Expressões como, por exemplo, ,‘‘torneirinha de asneiras’’, ‘‘cara de coruja seca’’ e tantas outras que são marcas do texto lobatiano foram mantidas pelos quatro redatores.
COMPUTAÇÃO GRÁFICA
O seriado irá ao ar diariamente, às 10h30, e terá 15 minutos de duração, com uma história diferente por semana. A demora pela estréia da atração, anunciada há quase um ano por Talma, deve-se principalmente aos inúmeros efeitos especiais obtidos por computação gráfica, que trarão do passado o ‘‘pó de pirlimpimpim’’ que dava um brilho especial aos personagens. Só para dar vida ao porquinho Rabicó, são usadas quatro pessoas. A pequena Aline Mendonça veste uma gorda fantasia de espuma, de 10 quilos.


Por controle remoto, um manipulador faz as 15 expressões faciais do boneco e outro move só a boca, com movimentos sincronizados a um dublador.


No Reino das Águas Claras, do livro Reinações de Narizinho, deverá ser a primeira história a ser mostrada. O dr. Caramujo (Paulo Bebiano) é chamado pelo Príncipe Escamado (Rafael Novaes), que está apático, com ‘‘narizite aguda.’’ A receita é o casamento com Narizinho, que nas Águas Claras briga com Dona Carochinha (Josie Antello) e ganha um vestido deslumbrante da Dona Aranha (Ana Paula Botelho).


É também o dr. Caramujo quem dá as pílulas para transformar Emília numa boneca tagarela. ]Vinte atores com máscaras de látex simulam peixes. Levam uma hora no maquiador. Só a do dr. Caramujo demora duas. ‘‘Queremos agradar a gregos e troianos’’, diz Talma. Os gregos são as crianças de hoje. Os troianos, os adultos que lembram do Sítio da Globo (1977/1985), da Tupi (1951/1963) ou da Band (1968).
Matéria de 7 de outubro de 2001 -
Correio da TV

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