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domingo, 12 de maio de 2013

Pré Modernismo e Monteiro Lobato

Monteiro Lobato utilizou o pré modernismo em suas histórias, mas ao chegar no moderno criticou os desenhos feitos por Anita Malfatti.


 O Pré Modernismo antecipou a semana da arte moderna (1922); é uma transição entre as escolas literárias. Não considerado uma literatura, mas sim uma fase, um dos nomes mais importantes dessa época foi o escritor Monteiro Lobato. No período de 1910 a 1920 os escritores da época queriam algo diferente nos livros, algo não tão "certinho".

 Marcado pelo inconformismo, Monteiro Lobato escreveu em 1918 o livro Urupês, contando a história de Jeca Tatu. Jeca era uma crítica a situação social da época. A população "largada", sem saúde e sem um bom estilo de vida. Uma verdadeiro atraso para a humanidade. A fase era descrita como uma crítica ao homem rual. O período também era marcado pela ruptura com o passado, por isso Lobato era tão a favor da modernidade brasileira.

Enquanto, a Europa se preparava para a primeira guerra mundial, o Brasil entrava na República Café com Leite onde São Paulo e Minas Gerais se destacavam na economia. São Paulo pelo Café e Minas Gerais pelo leite. Com essa nova ordem econômica, começou um surto de urbanização nas cidades e o governo foi deixando de lado o homem do campo, por isso Monteiro Lobato chegou a conclusão: " O Jeca Tatu não é assim, ele está assim."

A época dos autores Pré Modernistas, os livros tinham preferências de relatar assuntos históricos, como a primeira guerra mundial. Uma ruptura com a linguagem pomposa também era destaque, por isso Lobato preferiu escrever de forma que todos entendessem e não só os que tinham alto grau de conhecimento. Todas essas características foram ficando com o escritor e escreveu o Sítio do Picapau Amarelo com essas mesmas características; linguagem coloquial (aproximando da linguagem falada), ruptura com o passado e crítica ao governo.

A Semana da Arte Moderna e Lobato

Em 1917, depois de estudar pintura em Berlim — onde teve contato com o expressionismo alemão — e Nova York, Anita Malfatti (1889-1964) fez a primeira exposição no país a se autodenominar “moderna”. A mostra entrou para a História pela crítica feroz de Monteiro Lobato, que condenou sua “arte caricatural” tipicamente europeia, vinculando-a à perturbação mental.

Leia a crítica do escritor às obras de Anita:

"A exposição da senhorita Malfatti, toda ela de pintura moderna, apresenta um aspecto original e bizarro, desde a disposição dos quadros aos motivos tratados em cada um deles. De uma rápida visita ao catálogo, o visitante há de inteirar-se logo do artista que vai observar. Tropical e Sinfonia colorida, são nomes que qualquer pintor daria até a uma paisagem, menos a uma figura, como tão bem fez a visão impressionista de sua autora. Essencialmente moderna, a arte da senhorita Malfatti, se distancia consideravelmente dos métodos clássicos. A figura ressalta, do fundo do quadro, como se nos apresentasse, em cada traço, quase violento, uma aresta do caráter do retratado. A paisagem é larga, iluminada, quase sempre tocada de uma luz crua, meridiana, que põe em relevo as paredes alvas, num embaralhamento de vilas sertanejas, onde a minudência se afasta para a mais forte impressão do conjunto."

Um dos quadros "modernos" criticado por Lobato

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