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segunda-feira, 13 de maio de 2013

Lobato e a escravidão!

A História da Escravidão
Coleção Família Monteiro Lobato
Desde os tempos mais remotos, na antiguidade oriental os escravos já faziam parte de uma cultura. Na Mesopotâmia (Atual Iraque), os escravos existiam, apesar de não ser uma civilização escravocrata. Na idade Média, na Europa, os escravos eram chamados de vassalos, que recebiam terras e tinham deveres com o seu senhor.

 Desde a descoberta do Brasil pelos Portugueses, os escravos começaram a aparecer por aqui. Com a vinda da família real em 1808, a cultura de escravos começava a aumentar. No tempo de República, as famosas plantações de café tinham muito trabalho escravo. Apesar desta prática ser considerada “normal” do ponto de vista da maioria, havia aqueles que eram contra este tipo de abuso. Escravos e os contra a escravidão começaram a criar revoluções. 

Em 1885, foi aprovada a lei Saraiva-Cotegipe ou dos Sexagenários que beneficiava os negros de mais de 65 anos. Foi em 13 de maio de 1888, através da Lei Áurea, que liberdade total finalmente foi alcançada pelos negros no Brasil. Esta lei, assinada pela Princesa Isabel, abolia de vez a escravidão no Brasil.


Monteiro Lobato nasceu em 1882 e já estava inserido na cultura dos escravos. Após a abolição, a vida dos negros brasileiros continuou muito difícil. O estado brasileiro não se preocupou em oferecer condições para que os ex-escravos pudessem ser integrados no mercado de trabalho formal e assalariado.  A maioria dos  negros encontrou grandes dificuldades para conseguir empregos e manter uma vida com o mínimo de condições necessárias (moradia e educação principalmente).


Caçadas de Pedrinho sob censura

Quem levantou a questão de Caçadas de Pedrinho ser racista foi Antonio Gomes da Costa Neto, servidor da Secretaria de Educação do Distrito Federal e mestrando na Universidade de Brasília (UnB) na área de relações internacionais. Ele fez uma denúncia à Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial afirmando que o livro Caçadas de Pedrinho tem passagens que incitam o preconceito contra os negros. O caso foi encaminhado ao Conselho Nacional de Educação (CNE), do Ministério da Educação. 

 O racismo de Lobato é bastante discutível. Em várias ocasiões, ele valorizou a preciosa contribuição dos negros à cultura brasileira. O conto Negrinha é uma denúncia contra a elite que, nos anos 1920, ainda estava saudosa da escravidão. Sua obra mais polêmica, O presidente negro, um romance normalmente descrito como “eugenista” por descrever um mundo em que uma raça supera a outra, também oferece leituras alternativas. “Ele pode ser lido como uma grande metáfora das consequências da desculturação de um grupo étnico”, escreveu Marisa Lajolo, professora do Departamento de Teoria Literária da Unicamp. “Narra o desenlace do conflito racial nos Estados Unidos, que acaba tendo uma solução tão final quanto o foi a solução nazista para a questão judaica: a aniquilação dos negros, por meio de sua esterilização em massa.” Como revela a análise de Lajolo, as obras de arte não existem isoladamente. Cabe aos leitores interpretá-las de modo crítico e atribuir-lhes sentido.

Monteiro Lobato só viveu em outra época em que a escravidão ainda era forte. Ele só relatava o que via no contexto atual, mas mesmo assim valorizava a raça negra. Na Tia Nastácia colocava ela como da família e em a cozinheira tinha momentos de constante reflexão. No trecho abaixo no final do livro Caçadas de Pedrinho pode- se perceber isso: 

" Dona Benta queria continuar o seu passeio no carrinho. Mas não pôde. Tia Nastácia já estava escarrapachada dentro dele. 

- Tenha paciência - dizia a boa criatura - Agora chegou minha vez. Negro também é gente, Sinhá... 

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