Nem de seda nem de cetim. O vestido que a menina Lúcia, Narizinho, usa no dia de seu casamento com um peixe real é feito "de cor e cor do mar!".
Não tem bordados ou rendas. É enfeitado com diversos peixes -- todos vivos, "vivinhos". No mar-vestido de Narizinho, os peixes não param de nadar.
Esse vestido só podia mesmo existir num lugar chamado Reino das Águas Claras -- ou seria no mundo lobatiano?
É lá que vivem criaturas como o Doutor Caramujo (que cura a mudez de Emília), a Senhora Lula (a "escrevente do mar") e a Senhorita Sardinha (ou Miss Sardine), entre outras. Lá o rei tem príncipe no nome: é o Príncipe Escamado, que se apaixona por Narizinho. Outra celebridade é Dona Aranha, uma das mais habilidosas costureiras de todos os reinos encantados (ou não). Foi ela que fez o vestido da menina.
Dizem que a costureira tem mil anos de idade! É mãe de seis pequeninas aranhas, suas ajudantes nas artes das costuras e dos bordados.
Como é feito o vestido?
Dona Aranha dá a receita: tem que usar tesoura da imaginação, agulha da fantasia e linha do sono. O difícil é ter mãos tão boas como as dela.
Glossário de Lobato
O escritor inventava palavras em suas histórias. Por exemplo, "borboletograma" é nada mais do que um recado escrito nas asas de uma borboleta. Quando o Príncipe Escamado fica apaixonado por Narizinho, dizem os doutores que ele está com "narizinhoarrebitadite". No glossário da turma, existe o verbo "condessar", que é o mesmo que nomear Emília condessa, e o verbo "reinar" (significa aprontar ou fazer invencionices).
"O melhor de 'Reinações de Narizinho' é o casamento da menina Lúcia. Nesse capítulo aparece a Baratinha, a Emília some, tem muita ação. E aquele vestido [da Narizinho] é a coisa mais linda!"
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