Nos mais de 20 livros que Monteiro Lobato escreveu para crianças, a turma do Sítio do Picapau Amarelo vive aventuras de todos os tipos. Até na lua já foram parar (em "Viagem ao Céu", de 1932)!
Quem marca o início dessa saga é "Reinações de Narizinho", que em 2011 completa 80 anos de publicação. Ele reúne o primeiro livro de Monteiro Lobato para crianças -"A Menina do Narizinho Arrebitado", de 1920- e várias pequenas histórias do autor. Elas trazem personagens bem brasileiros e costumes da roça.
Em seguida veio "O Saci" (1921). Nessa obra, você aprende várias lendas do nosso folclore. Quem as conta é o Saci, que Pedrinho captura em meio a uma caçada. E a Cuca, é claro, não fica de fora dessa história.
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Tia Nastácia e Dona Benta (à dir.) |
Contos do nosso folclore também aparecem em "Histórias de Tia Nastácia" (1937). A personagem narra várias fábulas -histórias em que os bichos ganham jeitão de gente-, como O Macaco e o Aluá.
Personagens famosos ganharam versões bem brasileiras na obra de Lobato, como quando Dona Benta conta para os netos --e leitores- a história de "Peter Pan" (1930) ou de "Dom Quixote das Crianças" (1936). Em "O Picapau Amarelo" (1939), a mistura é ainda maior. Todos os personagens das fábulas resolvem aparecer no Sítio. Vêm Cinderela, Branca de Neve, Dom Quixote, Chapeuzinho Vermelho... No meio de uma festa, Tia Nastácia é sequestrada!
Algumas obras do Sítio têm uma continuidade, como se fossem uma novelinha. O dinheiro que a turma ganhou no livro "O Poço do Visconde"(1937) é aproveitado em "O Picapau Amarelo". E na obra seguinte, "O Minotauro" (1941), explica-se como Tia Nastácia foi resgatada do sequestro.
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Emília dando uma de mandona |
De um jeito divertido, dá para aprender um tantão lendo as obras de Monteiro Lobato. Até a nossa língua virou personagem principal em seus livros. Em "Emília no País da Gramática" (1934), a turma viaja para o país da Gramática. Os moradores são verbos, substantivos, sílabas e outros.
O português não foi a única disciplina a inspirar este autor. A matemática é a estrela de "Aritmética da Emília" (1935). Nesse mesmo ano, "Geografia de Dona Benta" levou os personagens a passear pelo mundo em um barco. "O Poço do Visconde" fala sobre geologia. E física e astronomia aparecem em "Serões de Dona Benta" (1937), que explica sobre água, matéria, ventos e tempestades de um jeito descomplicado.
A mitologia também foi um tema bastante explorado. Ela aparece em livros como "O Minotauro" e "Os Doze Trabalhos de Hércules" (1944). Nesse último, a turma do Sítio tem um papel pra lá de importante: ajudar o herói a realizar suas 12 tarefas.
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Pedrinho em uma de suas caçadas |
Lobato gostava de misturar realidade e invenção. No livro "A Reforma da Natureza" (1939), por exemplo, os personagens do Sítio são convidados a participar da Conferência da Paz de 1945. Em "A Chave do Tamanho" (1942), Lobato fala sobre os horrores da Segunda Guerra. E em "As Aventuras de Hans Staden"(1927), Dona Benta conta um episódio da história do Brasil - quando o aventureiro europeu Hans Staden veio ao nosso país e foi preso por índios tupinambás!
E depois de viver tantas aventuras, uma das personagens preferidas dos leitores de Lobato, Emília, ganhou um livro com suas lembranças. O problema é que as "Memórias de Emília" (1936) são contadas pela personagem, que tem muitas caraminholas na cabeça. Por isso, a obra é cheia de lembranças inventadas!
Agora que você já sabe quantas aventuras esperam por você, é só passear pelos livros do Sítio!
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