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terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Globo tira os quadrinhos das bancas e foca o trabalho em livrarias


O mês de fevereiro não terá revistas em quadrinhos da Globo em bancas. A editora decidiu abandonar este canal de vendas e focar seus esforços nos produtos para livrarias."É uma decisão econômica, financeira e de mercado. Estamos saindo temporariamente das bancas, por estarmos meio descontentes com a distribuição", declarou ao Universo HQ Lucia Machado, diretora da Unidade de Negócios Infantis da Globo. "Hoje, simplesmente se coloca a revista lá e ponto final. Não há um trabalho de visibilidade, de marketing, nada. Um produto novo não tem nenhuma chance de sucesso. É preciso mudar tudo." Com essa medida, serão interrompidas as revistas Menino Maluquinho, Junin, Julieta - A Menina Maluquinha, Cocoricó, Sítio do Picapau Amarelo, Cuca, Emília e Você Sabia - Sítio do Picapau Amarelo, todas feitas por artistas brasileiros. Nos títulos que dispunham de serviço de assinaturas, os clientes poderão trocar por outro produto ou receber seu dinheiro de volta.Mas, segundo Lucia Machado, a produção não deve ser impactada, pois a editora continuará publicando quadrinhos.


"Hoje, a Globo obtém melhores resultados financeiros com os produtos em formato livro, na venda para o consumidor comum e no que chamo de distribuição 'multicanal' - em bibliotecas, escolas, empresas e, especialmente, para o governo", explicou. De acordo com a diretora, seus livros têm uma demanda enorme e a Globo prevê o lançamento de 220 títulos (entre quadrinhos e obras literárias) voltados para o público infantil em 2007. Um número vultoso, sem dúvida.Atualmente, a editora publica em livrarias títulos de Ziraldo (Menino Maluquinho, Turma do Pererê etc.), Monteiro Lobato (em quadrinhos e em prosa) e teve a recente estréia de Simão e Bartolomeu. Os produtos da linha Cocoricó e Castelo Rá-Tim-Bum devem seguir o mesmo caminho."Num projeto de governo, nossas edições são lidas por milhões de crianças.


Nas bancas, dependemos da boa vontade do distribuidor e do jornaleiro. Esse mercado que estamos focando é mais lucrativo e torna o negócio mais duradouro. Até para o leitor, que adquire um produto com papel melhor, mais durabilidade e colecionável", disse Lucia Machado. Além disso, a intenção da diretora é baratear o preço dos livros infantis da Globo.Lucia Machado concluiu dizendo que esse afastamento pode ser temporário e que a Globo pode voltar a lançar quadrinhos em bancas, desde que seja um título sem periodicidade fixa. Do ponto de vista nostálgico, a saída - mesmo que temporária - da Globo das bancas é um duro golpe para os leitores. Afinal, desde 12 de junho de 1937, quando O Globo Juvenil estreou encartado nas páginas do jornal O Globo, as empresas de Roberto Marinho nunca deixaram de publicar quadrinhos nesse canal de vendas. Depois da fase dos periódicos, a tradição continuou na RGE - Rio Gráfica Editora e mais tarde com a Editora Globo. Nesses quase 70 anos de História (em quadrinhos), chegaram às bancas pelas empresas de Roberto Marinho séries como Mandrake, Recruta Zero, Spirit, Ferdinando, Batman, Flash Gordon, Nick Holmes, Turma da Mônica, Fantasma, Sandman, V de Vingança, Orquídea Negra, Gasparzinho, Brasinha, Tex, Nathan Never, Riquinho, Lobo, Homem-Aranha, Quarteto Fantástico (batizado como Os Quatro Fantásticos), Hulk, Kripta, Jerônimo - O Herói do Sertão, Dico - O artilheiro, Mortadelo e Salaminho,Gen 13, Cyber Force, Witchblade, Wild C.A.T.s, Excalibur, Motoqueiro Fantasma, Cavaleiro da Lua e muitos outros que ajudaram a construir o fascínio que o brasileiro tem pela arte seqüencial.

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