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terça-feira, 19 de outubro de 2010

Sítio do Picapau Amarelo completa 140 anos



Patrimônio histórico e cultural do Vale do Paraíba festeja neste mês



O casarão branco que fez parte da infância de milhões de brasileiros está completando 140 anos de história. A cidade de Monteiro Lobato comemora neste mês o aniversário do Sítio do Picapau Amarelo. Construído em 1870 pelo Visconde de Tremembé no pequeno povoado de Buquira, o local é até hoje referência de um dos mais importantes escritores da literatura infantil: José Bento Monteiro Lobato.


História


Considerado uma das mais belas construções artísticas do Estado de São Paulo, o local ficou famoso pela simplicidade rural. Idealizado por Visconde de Tremembé, o mais poderoso homem do Vale do Paraíba no auge do ciclo do café, o lugar tinha a missão de servir como residência de inverno e local estratégico para administrar o vasto patrimônio do nobre fazendeiro. No entanto, o casarão transformou-se em “história de amor”. Enquanto o Visconde residia em Taubaté, mantinha no casarão, Anacleta do Amor Divino, com quem tivera dois filhos fora do casamento. Da segunda família, três netos: Teca, Judith e Juca – conhecido como José Bento Monteiro Lobato.


Os laços de ternura em torno do Casarão Branco foram retomados em 1911, quando José Bento Monteiro Lobato, até então um recém formado advogado, decide retornar para Buquira e tornar-se fazendeiro. O regresso é ocasionado pela morte do avô, que deixa de herança as terras buquirenses e a imensa propriedade. Nos anos seguintes, Lobato faz da fazenda motivo de inspiração para diversos textos como: Jeca Tatu, Urupês e Velha Praga.


O escritor batiza o local como: Sítio do Picapau Amarelo, motivado pela presença da ave em suas terras e pelo carinho que seus quatro filhos; Marta, Guilherme, Ruth e Edgard mantém pelo lugar. Monteiro Lobato somente deixa o casarão em 1918, quando segue para São Paulo para editar os diversos livros escritos na fazenda Buquira.


O Sítio


A casa sede dispõe de 18 cômodos, está cercada por um cenário de muitos recursos naturais, como uma cachoeira e um pomar que abriga dezenas de espécies de pássaros. Construída com taipa de pilão, o monumento possui imensas janelas e paredes em estilo clássico, comum no século 19. O sítio possui 154 alqueires.


Na década de 1950, a TV Tupi de São Paulo, visitou a sede da fazenda para realizar as primeiras adaptações do Sítio do Picapau Amarelo para a TV. Os produtores utilizaram o grande casarão para criar as maquetes do programa adaptado pela escritora Tatiana Belink. Nos anos seguintes, o grande casarão abrigou a indústria de queijos “Falcão”, pertencente a uma tradicional família lobatense: Os Ribeiros. A produção de queijo abastecia quase toda a região do Vale do Paraíba. Somente a partir da década 1970, com o final das atividades agrícolas, o Sítio passa a receber ações culturais e de preservação como a instalação do Museu de Literatura por Jacob Pinheiro Goldberg (1973) e a reabertura oficial para visitantes na década de 1980. Atualmente, o Sítio do Picapau Amarelo é administrado por Maria Lúcia Xavier, que herdou do avô a missão de preservar o patrimônio cultural e a memória do escritor José Bento Monteiro Lobato. O Sítio fica na Estrada do Livro, distante 08 km do centro urbano de Monteiro Lobato. Todos os dias está aberto para visitação. Promove diversas ações como: palestras, ações para crianças, terceira idade e passeios em grupo.


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