Depois do sucesso da versão dos anos 70/80 do Sítio do Picapau Amarelo, uma ótima novidade aos saudosos adultos e as crianças : A volta do Sítio. A proposta desta nova versão do Sítio do Picapau Amarelo para tevê era atualizar a obra de Monteiro Lobato procurando ser o mais fiel possível aos textos originais. Para tanto, os redatores Luciana Sandroni, Marina Mesquita, Claudio Lobato e Toni Brandão releram, com cuidado, todos os livros do escritor.
‘‘Estamos trabalhando em ritmo intenso e lado a lado com os livros publicados por Monteiro’’, garantiu Luciana Sandroni em 2001.‘‘Como a ação se passa nos dias de hoje, a linguagem foi atualizada e as nossas gírias foram incorporadas para dar mais veracidade aos diálogos‘‘, explica Luciana. Ao mesmo tempo, o público infantil também conheceu palavras e gírias antigas. Expressões como, por exemplo, ,‘‘torneirinha de asneiras’’, ‘‘cara de coruja seca’’ e tantas outras que são marcas do texto lobatiano foram mantidas pelos quatro redatores.
A volta do infantil, já era estudada há dois anos antes da estréia pelo diretor Roberto Talma. Trabalho intenso e díficil, afinal o programa não seria feito apenas para agradar o público infantil mas o adulto, acostumados com Reny de Oliveira e Zylka Salaberry, também. Nestes dois anos, projetos como de Zezé Motta viver Tia Nastácia e Romeu Evaristo, o Tio Barnabé eram estudados também.
O elenco era o que mais foi estudado, afinal não poderiam criar nova imagem a nenhum dos personagens, por isso a preocupação com o elenco foi demorada e fundamental para render num resultado bom.Os figurinos, deveriam ser atuais para os dias de hoje mas sem muita modernização, para não acabar afetando na história. Emília ganhou novas cores e um vestido que virou marca da boneca até hoje, apesar de não ser mais usado.
Tudo estaria quase igual se não fosse por um detalhe que fez a grande diferença e bastante sucesso também. A boneca Emília, que sempre foi vivida por atrizes adultas passou a ser a personagem da pequena Isabelle Drummond,7, que apesar da pouca idade mostrou a que veio e soube fazer a personagem também que ficou durante 6 temporadas no infantil.
Um mês antes da estréia já era veiculado na TV chamadas-desenho dos personagens, que tomaram conta da televisão. Foi um dos momentos em que a Rede Globo mais caprichou na divulgação de um programa. Zilka Salaberry, que até hoje é apontada como a compreensiva avó Dona Benta, cedeu posto para Nicete Bruno, e a cozinheira Tia Nastácia, vivida no passado pela falecida Jacyra Sampaio, foi interpretada pela ex-Frenética Dhu Moraes. Um dos traços de atualidade do novo Sítio atingiu em cheio estas duas personagens: Dona Benta recebe correspondências pelo e-mail e Tia Anastácia faz seus quitutes em um microondas.
‘‘Acho que Lobato concordaria com isso, pois ele foi um dos escritores mais visionários do país’’, diz o diretor Roberto Talma, que estava à frente do projeto do novo Sítio desde a concepção, há dois anos. Os demais personagens fixos do seriado também eram bastante conhecidos : João Acaiabe, o Tio Barnabé, já com experiência com o público infantil desde o "Bambalalão", Visconde de Sabugosa, vivido por Cândido Damm e Narizinho (Fernanda Biancamano) e Pedrinho (César Cardadeiro).
A príncipio, Fernanda e César foram escolhidos entre 50 meninos e meninas. A Volta do Sítio do Picapau Amarelo em 2001 tumultou garotas entre 9 e 10 anos que queriam fazer o papel de Narizinho. Fernanda Biancamano, de 11 anos, foi a escolhida para o papel de Narizinho.
Depois de dois meses de testes rigorosos, ela foi escolhida entre mais de 40 meninas para representar a neta de Dona Benta. A menina já começara inclusive a gravar as cenas mas tudo acabou, depois de já escolhida para o papel e ter algumas cenas gravadas, aparições em programas como Vídeo Show, onde já falava sobre o papel, a menina recebeu um “Deixa pra próxima!”
Lara Rodrigues saiu de sua casa em Juiz de Fora, Minas Gerais, para ganhar a vida no Rio. Com apenas 10 anos, a menina caiu nas graças do diretor Roberto Talma e conquistou o papel de Narizinho na nova versão do "Sítio do Pica-Pau Amarelo". Mas conseguir o trabalho não foi tão simples assim. O papel já estava fechado para Fernanda Biancamano, que tinha até contrato assinado com a Globo. Mas o rosto de menina e o corpo franzino ajudaram Lara a conquistar a personagem.
Fernanda ficou de fora da produção por aparentar características de uma garota um pouco mais velha. Foi uma vitória para Lara, decidida a ser atriz. Ela começou a interpretar ainda no curso de teatro de sua cidade, na peça infantil "Pin Stars", quando foi descoberta pelos olhos atentos de um fotógrafo. "Ele falou de mim para a Marleide (dona da agência Desir) e ela me colocou para participar dos testes na Globo", explica Lara.
O bom desempenho nos testes, tanto diante das câmeras quanto na parte de leitura dos textos, fez com que Lara integrasse a família do "Sítio", ao lado de César Cardadeiro, o Pedrinho, e de Nicete Bruno, Dona Benta. Animada com o papel de Narizinho, Lara conta que já era fã do "Sítio do Pica-Pau Amarelo". Ela só havia atuado como modelo em dois comerciais, veiculados apenas em Juiz de Fora. "Fiquei muito feliz por ter conseguido um papel em um programa como o 'Sítio'. Eu me divirto bastante durante as gravações." Além da diversão, a vida da atriz mudou bastante em função do novo trabalho.
Já o carismático garoto César Cardadeiro, foi o escolhido para viver o aventureiro Pedrinho na primeira temporada do Sítio. Com vários comerciais feitos desde os três anos de idade.Saci, o moleque arteiro do folclore, também foi interpretado por uma criança.
Izak Dahora, 12, foi o escolhido para fazer as traquinagens. O ator mostrou maturidade no papel e ficou durante 6 temporadas como Saci.
Encantamento também é o segredo do famoso pó de pirlimpimpim, que retornou glorioso na nova versão de O Sítio do Picapau Amarelo depois de ter sido amputado pela censura na anterior, feita nos anos 70 e 80. Papel tradicionalmente disputado por atrizes em busca de reconhecimento, a boneca Emília é interpretada por uma criança de sete anos, Isabelle Drummond. O Visconde de Sabugosa (Cândido Damm), graças à computação gráfica, ficou do tamanho de uma espiga de milho.
Roberto Talma, presenteou Dona Benta (Nicete Bruno) com a modernidade de um e-mail. Cada semana o Sítio tratava uma história completa, dividida em capítulos de 15 minutos – Reinações de Narizinho e O Saci foram as primeiras. Depois de muitos preparativos. Enfim entrou no ar a nova versão do Sítio. Na sexta-feira, 12, muito apropriadamente um Dia da Criança, retornou ao vídeo o ‘Sítio do Pica-Pau Amarelo’.
Motivo de comemoração, mas também de uma certa tristeza: ao contrário das versões elaboradas anteriormente para as histórias concebidas por Monteiro Lobato, o novo ‘Sítio’ não era propriamente um programa em si, mas apenas um quadro de um quarto de hora nas manhãs televisivas.
O sucesso da versão foi tanta que o programa logo no primeiro mês deixou de ser um quadro do programa Bambuluá, da Angélica e passou a ser um programa solo. Para os que não botavam fé na pequenina Isabelle Drummond, estavam totalmente enganados, já nas duas primeiras semanas a menina era elogiada pela imprensa e até mesmo por Geraldo Casé, diretor da versão anteriorm que tinha como Emília, atrizes adultas.Isabelle mostrou maturidade e bom desempenho como a bonequinha de pano e já era sensação nacional.As aventuras fantásticas eram acompanhadas todos os dias, marcando 19 pontos no ibope.
Foi a fase do Sítio, de maior audiência. Viagens a lua, a países fantásticos, Reinos no fundo do mar... Sítio do Pica-Pau Amarelo, seriado inspirado na obra homônima do escritor Monteiro Lobato, e que embalou os sonhos das crianças brasileiras nos anos 60, 70 e 80. Gravado nos estúdios de Renato Aragão, em Vargem Grande, zona oeste do Rio de Janeiro, o novo Sítio assumiu ar bem mais moderno do que o seriado que a Globo deixou de exibir há mais de 20 anos. A atração veio como presente, já que sexta é 12 de outubro, dia da criança.
O seriado foi ao ar diariamente, às 10h30, e tinha 15 minutos de duração, com uma história diferente por semana. A demora pela estréia da atração, anunciada há quase dois anos por Talma, deve-se principalmente aos inúmeros efeitos especiais obtidos por computação gráfica, que trarão do passado o ‘‘pó de pirlimpimpim’’ que dava um brilho especial aos personagens. Só para dar vida ao porquinho Rabicó, eram usadas quatro pessoas.
A pequena Aline Mendonça veste uma gorda fantasia de espuma, de 10 quilos. Por controle remoto, um manipulador faz as 15 expressões faciais do boneco e outro move só a boca, com movimentos sincronizados a um dublador.
Cuca continuou sendo um boneco mas bem perua e malvada.No Reino das Águas Claras, do livro Reinações de Narizinho, foi a primeira história a ser mostrada. O dr. Caramujo (Paulo Bebiano) é chamado pelo Príncipe Escamado (Rafael Novaes), que está apático, com ‘‘narizite aguda.’’ A receita é o casamento com Narizinho, que nas Águas Claras briga com Dona Carochinha (Josie Antello) e ganha um vestido deslumbrante da Dona Aranha (Ana Paula Botelho). É também o dr. Caramujo quem dá as pílulas para transformar Emília numa boneca tagarela.
Vinte atores com máscaras de látex simulam peixes. Levam uma hora no maquiador. Só a do dr. Caramujo demora duas. ‘‘Queremos agradar a gregos e troianos’’, diz Talma. Os gregos são as crianças de hoje. Os troianos, os adultos que lembram do Sítio da Globo (1977/1985), da Tupi (1951/1963) ou da Band (1968). A primeira temporada foi de 12/10/2001 a 06/09/2002Ficha técnica do seriado (Primeira temporada
Um comentário:
ele [e da ora
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