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segunda-feira, 6 de agosto de 2012

O Petróleo é nosso!

Assistindo um dos maiores símbolos da minha infância, como também, de grande parte daqueles nascidos na década de 1970, O Sítio do Pica Pau Amarelo, reprise em um desses canais da TV fechada, deixei que a lembrança me levasse ao mundo encantado de Monteiro Lobato, um grande samba surgiu em minha mente: Quando uma luz divinal iluminava a imaginação de um escritor genial...
Glória a este grande sonhador... Criador de personagens imortais, que divulgou em nosso país a obra de outro gênio da literatura: Hans Christian Andersen e outra melodia veio me visitar... Era uma vez... E um sorriso de criança faz a gente acreditar... Era uma vez um literato renomado, intelectual brasileiro, politizado lutando por seu país, fazendo valer seus ideais.
O ano de 1932 marcou uma nova vertente na história coroada de Bento Monteiro Lobato, sócio da companhia de petróleo nacional enfrentou políticos entreguistas, aliciados pelo capital estrangeiro. Surgi neste momento o embrião da campanha nacionalista: o Petróleo é nosso! Eliminando com a criação da Petróleo Brasileiro S.A a possibilidade de controle externo de nossas reservas.
Quando criança percebia, em minha inocência, que o maior tormento ao crescimento de nossa economia estava na inflação galopante, causada em grande parte pela dívida externa e a dependência à importação de petróleo.
Estes dois fantasmas parecem não assustar, como antes, a economia cresce não como sonhamos, porem mais do que pensávamos. A Petrobras se engrandeceu, ganhou o mundo e "retornando as suas raízes" acabou por encontrar o tesouro no fundo do mar Fluminense. Esta descoberta inicia uma grande polêmica, de quem é esse ouro negro?
Desde que as notícias chegaram a grande imprensa confirmando a reserva no pré-sal, discussões calorosas vem preenchendo o ambiente político, e os estados produtores como Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo adotaram campanhas populares em virtude de seus interesses, e é por isso que me perco em alguns questionamentos: a quem devem ser pagos os royalties do petróleo? Por que após esta descoberta resolve-se mudar leis existentes e criar novas em detrimento do modelo de partilha até então sedimentado? E por fim se os royalties do petróleo devem ser redivididos para todas as unidades da federação, por que não redividir os royalties da exploração mineral em Carajás, a exploração hídrica em Itaipu e a redivisão dos dividendos provenientes do Triangulo Mineiro por exemplo.
O Salgueiro já explorou o petróleo, a Caprichosos com Mauro Quintães também, mas é a Grande Rio que tem a possibilidade de adotar uma leitura extremamente atual, política e polêmica. Quem sabe trazendo um grande samba enredo que possa reviver as suas melhores melodias da década de 90 e início dos anos 2000, a escola cresceu e vem conquistando excelentes posições, visitando constantemente o desfile das campeãs. Samba é cultura, carnaval é folia, porem mais do que isso, acho que as escolas têm o dever de conscientizar seu público.
Senhoras e senhores esse estado que por muito tempo sediou a capital da republica, ficou entregue ao descaso de seus governantes e ao esquecimento de Brasília por quase três décadas, somente recebendo agora grandes investimentos do governo federal em virtude da Copa do mundo e das Olimpíadas. Será que estamos sendo onerados? Será que a redivisão dos valores é um caminho mais democrático. De certo que o samba através dos Acadêmicos da Grande Rio tem uma grande oportunidade de trazer o petróleo, sua exploração no pré-sal, e a grande discussão que o cerca ao entendimento popular. Afinal, O petróleo é nosso! Embora Lobato jamais tenha imaginado que o poço de Visconde estivesse no mar.

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