Suely Franco já está mais do que habituada a fazer trabalhos para o público infantil. Na nova temporada de “Detetives do Prédio Azul”, do Gloob, ela dá vida a Vovó Berta, uma bruxa aprisionada em um quadro. “Foi uma experiência inédita para mim. Nunca fiz uma bruxa. Me inspirei na minha madrinha, Zilka Salaberry, em ‘Teatrinho Trol’”, lembra a atriz, referindo-se ao programa infantil exibido pela extinta TV Tupi, em 1956. Contudo, a personagem inusitada foi a menor das preocupações de Suely. Pelo fato de Vovó Berta estar presa em um quadro, a atriz não contracenou com ninguém durante as gravações. “Eu representava para pedaços de fita adesiva. Eles estavam colados para indicar em qual direção eu deveria olhar. Foi muito engraçado”, diverte-se.
As gravações da temporada, que já foram encerradas, terminaram mais rápido para Suely. Como ela gravou sozinha, só foram necessários cinco dias para finalizar o trabalho. “Foi muito intenso. Mas, como não era preciso mudar de cenário, conseguimos fazer tudo rápido. O ritmo da gravação era ditado por mim”, conta. A atriz diz que não teve dificuldades para “jogar” sozinha. Uma assistente de direção dava todas as deixas para que ela soubesse quando deveria falar e ditava qual deveria ser a sequência de olhares. “É um trabalho que demanda muita concentração. É preciso passar emoção somente com as expressões faciais, já que Vovó Berta não aparece por inteiro”, explica.
Na história, a personagem de Suely foi aprisionada no quadro pela bruxa do mal Zoraida Zorga, de Bia Sion. Agora, ela depende da neta, a síndica do prédio azul, Leocádia, vivida por Tamara Taxman, para libertá-la. “O problema é que Leocádia é bruxa, mas não estudou. Vovó Berta fica a atormentando para que ela procure o conhecimento que possa livrá-la do feitiço. Só que ela faz mais que isso: também briga com as crianças do prédio”, adianta.
A resposta do público infantil é uma das grandes satisfações de Suely. A atriz, que em 2005 viveu Dona Benta, em “Sítio do Picapau Amarelo”, gosta do carinho que recebe. “Vejo o quanto as coisas da infância marcam pelos rapazes e moças, já grandes, que vêm falar comigo”.
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