O Visconde de Sabugosa era um sábio; mas que também fosse um inventor, isso o mundo só ficou sabendo no dia em que ele apareceu com uma “surpresa”. Emília bem que desconfiou, e andou espionando para ver se descobria por que motivo ele se fechava em seu laboratorinho durante horas e horas, isso durante semanas. Mas afinal o mistério se esclareceu: o Visconde estava trabalhando na invenção de um periscópio para enxergar o invisível!…
- Que história é essa?
- Ah, uma coisa muito séria e importante. O Visconde havia partido de uma ideia muito original, que era a seguinte. O mundo que nos rodeia está cheio de coisas visíveis e invisíveis. As visíveis nós as vemos com os nossos olhos; mas as invisíveis só poderão ser vistas por meio de um invento – e pôs-se a inventar o tal periscópio. E inventou-o, e um dia em que todos estavam na varanda apareceu com um embrulho debaixo do braço. Chegou, tossiu o pigarrinho e disse:
- Respeitável público: aqui tenho comigo a mais prodigiosa invenção que já se fez neste mundo: o Periscópio do Invisível, ou o instrumento que nos permite ver as mil coisas invisíveis que nos rodeiam – e começou a desembrulhar o pacote. Saiu uma caixa de papelão. E de dentro da caixa de papelão, um instrumento com forma de canudo.
- Aqui está a minha invenção – disse ele. – Compõe-se deste canudo, que eu largo perto do que quero ver; e deste fio de arame que eu desenrolo e ligo a este binóculo…
Será que deu certo? Só lendo mesmo para saber. O trecho pertence ao livro Histórias diversas, da Editora Globo.
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