Para escritores estreantes no ramo, Monteiro Lobato (1882-1948) continua sendo a grande referência na literatura infantil brasileira.
O ex-jogador Raí, que publicou este ano pela Cosac Naify seu primeiro livro infantil ("A Turma do Infinito"), conta que leu a obra do criador do Sítio do Picapau Amarelo quando criança, "influenciado por uma coleção inteira que meu pai tinha em sua biblioteca".
No caso do músico e jornalista Cadão Volpato, que lançou em agosto "Meu Filho, Meu Besouro", também pela Cosac, a descoberta de Lobato foi tardia, quando já tinha três de seus quatro filhos.
O escritor Monteiro Lobato posa para foto em Buenos Aires |
"Comprei todos os volumes do Sítio e vi que ele tinha uma naturalidade incrível para escrever. É um exemplo grandioso, apesar da linguagem politicamente incorreta, que exige leitura crítica", diz.
VETERANOS
Com um livro inédito e um relançamento este ano e mais de cem obras no total, Ricardo Azevedo, 62, é exemplo de escritor infantil renomado que se mantém em atividade. No momento, escreve um texto para publicar em 2012.
Segundo ele, tanto os autores e ilustradores quanto as editoras vivem um período de grande profissionalização, o que estimula esse mercado.
Para Azevedo, porém, escrever para crianças é um desafio. "As pessoas não sabem muito bem o que é arte. A própria divisão por faixas etárias é parte da nossa sociedade tecnocrática", critica.
Outra autora consagrada, Eva Furnari, 62, que ano passado lançou três livros e relançou outro, diz que "ler depende da família". "Poucas não veem TV. É preciso impor limites à TV, à internet, e criar o hábito de ler à noite."
Segundo ela, o maior impulso à literatura infantil vem das escolas, e não dos pais. "As crianças estão muito agitadas, têm dificuldade de se concentrar. No livro, além de focar a atenção, você tem a possibilidade de discutir questões humanas."
Nenhum comentário:
Postar um comentário