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domingo, 6 de março de 2011

No "reino" de Monteiro Lobato


E assim, o pó de pirlimpimpim continuará a transportar crianças do mundo inteiro ao Sítio do Picapau Amarelo, onde não há horizontes limitados por muros de concreto e ideias tacanhas." A frase extraída do livro Monteiro Lobato - a modernidade do contra, da escritora Marisa Lajolo, ilustra bem o espírito da pequena fazenda de três mil alqueires, escondida na serra que entremeia o Vale do Paraíba, entre Caçapava e o pacato município de Monteiro Lobato, no interior de São Paulo, onde o escritor José Bento Monteiro Lobato passava as férias escolares e, depois passou uma parte de sua vida adulta, entre os anos de 1911 e 1917 quando o local era conhecido apenas como o povoado Buquira. "Aqui nasceu um de seus mais famosos livros, Urupês", conta a professora aposentada Maria Lúcia Ribeiro Guimarães, ao receber a equipe de DINHEIRO RURAL na porta do casarão construído em 1870 e que completou 140 anos em outubro. Apesar de nossa equipe não ter usado o famoso pó guardado pela boneca Emília para se transportar até o local, durante o caminho da capital até o interior, é como se aos poucos a paisagem ao redor da propriedade fosse mudando e se tornando mágica, com a calma da mata e o barulho hipnotizante dos ventos. Por um momento, é até possível desconfiar da presença do saci a nos observar em meio às árvores agitadas. Segundo dona Maria Lúcia, é ali na fazenda Buquira que fica o verdadeiro Sítio do Picapau Amarelo, que inspirou o autor a escrever alguns de seus mais famosos livros para o público infantil. "Em nenhum outro lugar corre o rio cristalino onde os peixinhos nadam de olhos arregalados, como ele mesmo descreveu", defende a aposentada, que herdou do pai a propriedade adquirida pelo avô há cerca de 80 anos.
Fotos: Marco Ankosqui


"Queremos que as pessoas saibam da importância do escritor para a literatura e sociedade brasileira"
Maria Lúcia Guimarães
proprietária do sítio


Ontem e hoje:
por todos os lados da propriedade, ficção e realidade se misturam. Do avental do saci ao boneco do Visconde, passando pelo Reino das Águas Claras, até chegar aos objetos pessoais do escritor

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