Isabelle Drummond (JOÃO MIGUEL JR/TVGLOBO)
Da menina que despontou na TV como a espevitada boneca de pano Emília, do Sítio do Pica-pau Amarelo, em 2001, Isabelle Drummond (20) transformou-se numa mulher linda, com traços delicados. Na contramão de muitos atores mirins, cresceu e apareceu ainda mais, emplacando papéis de destaque em Caras e Bocas, 2010, Cheias de Charme, 2012, Sangue Bom, 2013, e tornando-se uma das mais requisitadas atrizes de sua geração. “Tenho tido oportunidades excelentes e sempre fui guiada por Deus. Sou grata pelas chances da vida”, diz, no intervalo das gravações de Sete Vidas, em El Calafate, na Patagônia argentina. O tentador convite para interpretar a determinada Júlia no atual sucesso das 6 de Lícia Manzo(49) venceu o cansaço da atriz, que até outubro do ano passado brilhou como a patricinha Megan Lily, de Geração Brasil. “Essa novela é uma joia.Tem formato redondinho, é quase artesanal, isso me fez abrir mão do meu descanso”, explica. Apesar de haver crescido na TV, Isabelle, que sempre teve a família como base — a mãe, Damir (48), o pai, Fernando Luiz, morto em 2007, e a irmã, Mayra (22) —, não se deslumbra com a fama e ainda mantém dose genuína de timidez. “Não sei se é timidez ou reserva... Mas, às vezes, essa reserva é tão grande que nem eu me acho”, diverte-se ela, que há pouco mais de um ano namora o músico Tiago Iorc (29).
–Tiago canta 'What a Wonderful World' na abertura de Sete Vidas. Como é tê-lo próximo também em um trabalho?
– É sempre muito bom estar perto dele em todas as situações. A gente evita um pouco, porque é difícil lidar com a vida, o profissional... Às vezes, é melhor separar para as coisas ficarem organizadas na nossa cabeça, na das pessoas. E o trabalho do Tiago é muito bom, puro, verdadeiro, ele é fiel ao que lhe faz bem e ao seu público, fico escutando horas suas músicas.
– O que é essencial para um relacionamento dar certo?
– Dedicação. Desprender-se do ego é o que faz uma relação amadurecer de forma verdadeira.
– Considera-se romântica?
– Sim. Mas realista também e racional. Sou o que tiver desejo de ser no momento...
– Tem boa autoestima?
– A minha está em paz. Não estou incomodada ou insegura com nada em mim. Mas não foi sempre assim. Também já fui mais vaidosa. Hoje me aceito muito bem do jeito que sou.
– Por trabalhar desde nova, sente ter perdido algo?
– Só o normal. Até hoje me falta, às vezes, tempo para algumas coisas. Mas gosto do meu trabalho. Sou grata por poder fazer o que amo e as pessoas ainda me procurarem para que eu faça. Não acho que preciso ter mais do que isso.
– Você é muito requisitada para trabalhos na TV, campanhas, tem o próprio dinheiro. Qual maior luxo que já se deu?
– Gosto de coisas simples. Até há aquelas mais carinhas, de marca, às quais, volta e meia, acabo me rendendo. Mas sou básica e cada dia me preocupo menos com as coisas materiais.
– O público acompanhou, desde a época do Sítio do Pica-Pau Amarelo, essa sua transformação na TV. As pessoas comentam?
– Comentam bastante. Mas, para mim, sou apenas uma mulher como todas as outras.
– Como encara as mudanças frequentes no visual?
– Tenho feito o que acho ser necessário para interpretar as personagens. Mas até um certo limite, porque o cabelo não pode sofrer demais. Felizmente, o meu agora está ótimo.
– Em paralelo com o sucesso vem a fama. Como lida?
– A fama é uma ilusão. Real é trabalho, dedicação, amor.
– Por que emendou uma novela na outra?
– É cansativo, mas tem sido válido. Tenho feito coisas de que gosto, conseguido mudar bem de um personagem para outro. Antes de ler o texto de Sete Vidas, fiquei sem saber se iria aguentar outra novela. Mas quando me inteirei, fiquei encantada com a história, é tão pé no chão, diferente de tudo o que fiz até agora. Achei que para mim seria bom, me traria um pouco mais para a realidade, me ajudaria a baixar o tom. E a equipe é feliz, unida, todos me abraçaram, isso faz grande diferença.
– O que mais chama a atenção na personagem Júlia? Tem algo dela que vê em você?
– Ela está em uma idade em que há decisões a serem tomadas, busca descobrir o que quer da vida. Acho que as pessoas vão se identificar com esse seu momento. Hoje, os jovens têm dificuldade de escolher uma profissão ou de se encaixar na que escolheram. Júlia é real, sincera. Nesse ponto, ela se parece bastante comigo.
– O que mais chamou a atenção na Patagônia argentina?
– A natureza é linda, intocada. A gente vai levar a energia desse lugar especial para o resto da novela. Só senti um pouco de saudades da minha família, tenho relação forte, de parceria e amizade com eles. Aliás, acho saudade um dos sentimentos mais bonitos..
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