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quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Monteiro Lobato é o primeiro!


Os livros voltados para o público infanto-juvenil seguiram as mudanças da sociedade e se renovaram. Levaram para as suas páginas novos formatos e conteúdos.Criada para educar os filhos da burguesia em ascensão nos séculos 17 e 18, a literatura infanto-juvenil teve inicialmente um objetivo moralista e didático. Naquela época, o conceito de criança era bem diferente do de hoje. Os guris não passavam de pequenos adultos, que deveriam ser preparados para se tornarem homenzinhos. As meninas estavam em desvantagem no processo de aprendizagem, porque deveriam ser preparadas para qualquer fim que não fosse o intelectual. O certo era se casar e ser uma boa mãe.Hoje, o estigma de literatura “feita para educar” ainda assombra, e muitas pessoas enxergam nela um mero caráter educativo. Autor e ilustrador de livros infantis, Roger Mello diz que a literatura pode ser aplicada, mas ter função não é a sua finalidade:– Nossa sociedade é pragmática demais. A arte vem causar a dispersão.No Brasil, os primeiros livros produzidos especialmente para crianças chegaram no início do século 20, com Monteiro Lobato e as histórias que deram origem ao Sítio do Pica-Pau Amarelo (1921). Apesar do conservadorismo e dos preconceitos apontados hoje em sua obra, Lobato criou novidades transgressoras para a época, uma miscelânea de personagens nunca vistos: uma casa chefiada por uma mulher idosa (Dona Benta), uma boneca que fala tudo que lhe vem à cabeça (Emília) e uma casa cujo compartimento mais importante é uma biblioteca.O que eles leemPesquisa realizada na Universidade de Brasília (UnB) analisou os livros adotados nas escolas públicas por meio do Programa Nacional Biblioteca na Escola, do MEC. O estudo aponta que a literatura infanto-juvenil ainda é lugar de muitos preconceitos, principalmente de gênero e raça. No entanto, a pesquisadora Leda Cláudia da Silva adverte que muitas obras propiciam às crianças uma proximidade com o mundo real. No total de 300 obras analisadas, o campeão em número de livros adotados é o autor Monteiro Lobato, com 10 títulos.

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