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quarta-feira, 16 de março de 2011

Primeira versão carregava saudades pelo mundo rural

As meias coloridas e a roupa ‘disco’ habilitariam Emília para integrar o grupo dançante das Frenéticas no final dos anos 70.

Mas não era só na indumentária da boneca de pano que a primeira versão do ‘Sítio do Picapau Amarelo’ produzida pela Rede Globo encarnava um certo espírito do tempo.
Quem foi criança entre 1977 e 1986, período em que as histórias rurais-delirantes adaptadas da obra de Monteiro Lobato foram ao ar, ainda não estava tão distante da roça assim.
Parte significativa da geração anterior havia migrado de pequenas cidades para estudar ou trabalhar nas grandes metrópoles.

E não era improvável que os avós dos pequenos telespectadores tivessem, eles próprios, algum sítio ou uma fazenda -quando não houvessem trabalhado diretamente no campo.
Dona Benta, Tia Nastácia e os agregados do Sítio eram, portanto, figuras da família, ou quase. Viviam num lugar que se conhecia das histórias contadas pelos mais velhos ou que se visitava nas férias escolares.
Ao mesmo tempo, o rápido processo de urbanização por que o país passara nas décadas anteriores chegava ao final ou, pelo menos, perdia fôlego justamente naquela época.
A grande cidade, antes promessa de progresso e ascensão social, se tornava cada vez mais inchada, conflituosa, violenta.

Era preciso fazer como Pedrinho e fugir para o Sítio.

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