Na volta do programa à grade da Globo, por exemplo, o Ibope manteve os números das edições passadas, com uma média de 10 pontos de audiência. Uma excelente performance para o horário matutino. Sem dúvida que o trio Pedrinho, Narizinho e Emília é o ponto forte desta nova versão da Globo. Os atores César Cardadeiro e Lara Rodrigues emprestaram frescor aos históricos netos de Dona Benta e nada ficam a dever aos atores das outras versões, como Rosane Garcia e Júlio César, por exemplo.
Mas nada se compara à performance de Isabelle Drummond como a boneca Emília. A atriz-mirim teve de provar que a personagem poderia ser feita por uma criança - já que nas versões anteriores só atrizes adultas viveram a Emília - e ainda não deixar cair a sua desenvoltura após a estréia em outubro de 2001. A Emília de Isabelle é a que mais se aproxima do original de Monteiro Lobato. Talvez por ser interpretada por uma criança, a personagem está mais sapeca do que nunca.
Embora a trama do Sítio tenha ganho vários episódios novos, o autor Mário Teixeira teve o bom senso de continuar bem próximo do universo de Monteiro Lobato. Em Zumpilion, por exemplo, primeiro episódio de 2003, o enfoque é sobre um extraterrestre que aparece no sítio, mas o conteúdo não foge do original.
A chegada de Pedrinho para o período das férias, a inquietação de Tia Nastácia para preparar as melhores guloseimas para a molecada e as inúmeras aventuras lúdicas das crianças no sítio estão lá como nas versões anteriores e são bem reconhecíveis. Mesmo o segundo episódio inédito do programa - A Lenda do Rei Arthur -, que vai ao ar em maio, também mantém a idéia de Monteiro em adaptar grandes clássicos da literatura mundial para a realidade brasileira. Tanto que o autor foi pioneiro na tradução e adaptação para o público infantil, por exemplo, dos livros sobre heróis como Dom Quixote, Gulliver, Robinson Crusoé, entre outros.
Mas o Sítio serve também como exemplo de como é possível usar tecnologia para melhorar histórias passadas. Os efeitos computadorizados, que fazem aparecer e desaparecer os atores e objetos da nova versão, se adequam perfeitamente à cabeça ultramoderna de Monteiro Lobato - A Menina do Narizinho Arrebitado foi lançado em 1921 - e provam que o inventor do pirlimpimpim - pó mágico que leva os personagens para outros locais e épocas - estava mesmo muito à frente de seu tempo.
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