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sábado, 26 de setembro de 2009

Versão do "Sítio do Pica-pau Amarelo" é repleta de magia


As comparações entre as antigas e a nova adaptação televisiva do "Sítio do Pica-pau Amarelo" são inevitáveis. Principalmente para quem teve contato tanto com a primeira versão, feita pela TV Tupi entre 1951 e 1963, quanto com a segunda, feita pela Globo, entre 1976 e 1985, para a obra de Monteiro Lobato. Mas como o público-alvo do programa, que estreou dentro de "Bambuluá", não assistiu mesmo às outras adaptações, a Globo aproveitou para fazer um misto de novidade e tradição. E a história, o tempo já provou, é boa. A questão era só não estragá-la com muitas firulas.A referência que a emissora tenta fazer de sua versão anos 70 pode ser observada na vinheta de abertura do infantil.


A técnica do livro do "Sítio" sendo aberto e folheado foi mantida. Só que, em vez de imagens do programa, os atores aparecem caracterizados como seus personagens e interagindo com desenhos em cenários feitos por computação gráfica. Mas os efeitos não ficam restritos à abertura. A aparição do Saci (Izak Dahora) em um redemoinho, assim como as inserções miniaturizadas do Visconde de Sabugosa (Cândido Damm) e do Dr. Caramujo - esse feito totalmente em versão animada - são amparadas por efeitos visuais caprichados.


Esses efeitos acabam reforçando o universo mágico de Lobato. Ou seja, a magia e a fantasia estão presentes não só nos diálogos, mas também nos cenários e figurinos. O seriado se destaca pelo visual bastante colorido e pela riqueza de detalhes. A produção esmerada pode ser percebida em vários ambientes, principalmente, na caverna da Cuca (Jacira Santos). Os takes sempre procuram valorizar os acessórios que "decoram" a casa da vilã. Os demais cenários também primam pelo bom gosto, como o Reino das Águas Claras, com destaque para os efeitos que colocam o ambiente numa coloração azul para ilustrar o fundo do mar e cheio de peixinhos feitos em computação.A caracterização dos personagens também é um capítulo à parte. Os bonecos da Cuca, Quindim, Burro Falante e Rabicó têm um visual moderno e convincente. Os movimentos dos olhos e das bocas desses personagens, comandados por radiocontrole, ajudam a dar mais realismo aos personagens e a impressionar ainda mais a criançada.


O mais interessante mesmo foi a nova concepção para o trabalho dos atores. Nicete Bruno, como Dona Benta, e Dhu Moraes, como Tia Nastácia, deram uma interpretação bem pessoal às personagens sem comprometer a credibilidade. O mesmo se pode dizer dos atores-mirins César Cardadeiro e Lara Rodrigues, que fazem respectivamente Pedrinho e Narizinho; de Cândido Damm; e de João Acaiade, que está muito bem como o Tio Barnabé.A direção acertou em cheio ao escalar crianças para interpretar o Saci e a boneca Emília. Izak Dahora parece ter incorporado mesmo o "coisa ruim" e emprestou ao personagem de uma perna só o ar moleque e a risada debochada na dose certa. Já Isabelle Drummond está dando um show como a Emília. É a primeira vez, nas três adaptações do "Sítio do Pica-pau Amarelo" para a tevê, que a boneca de pano é feita por uma criança. E a pequena atriz caiu como uma luva na personagem. Com naturalidade, ela está emprestando um enorme carisma à boneca, mantendo um tom irreverente e sapeca.

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