As histórias do Sítio do Picapau Amarelo voltam à tela da Globo neste sábado, às 10h45min, pela primeira vez em forma de desenho animado. As crianças vão poder assistir a 26 novos episódios. O espaço ficcional criado nas histórias de Monteiro Lobato apareceu pela primeira vez em 1921, na versão original de Reinações de Narizinho, e continuou presente até a sua última história, Os Doze Trabalhos de Hércules, de 1948.
A RBS TV conversou com Regina Zilbermann, professora de literatura do Instituto de Letras da UFRGS, para compreender como esse universo criado por Monteiro Lobato há quase 100 anos continua vivo na memória das pessoas. Segundo ela, “isso mostra a atualidade e validade do trabalho dele, que tem uma permanência na cultura brasileira que vai muito além da época em que foi criado”. Nas histórias atuais, os personagens acham petróleo, encontram o mundo das fadas e andam de automóvel. Eles vão acompanhando a mudança tecnológica, psicológica e cultural: “o sítio tem uma grandeza, uma generosidade. Ele se moderniza sem perder a identidade. Vai abrasileirando os novos elementos”, conta Regina. Este é outro aspecto importante no Sítio do Picapau Amarelo destacado pela professora: a brasilidade das histórias. As crianças se reconhecem nas histórias, nos ambientes. “O mundo do sítio é brasileiro”, afirma Regina.
Mas a obra de Lobato vai além. Além de criar uma identificação através das histórias, personagens e cenários brasileiros, ela é capaz de colaborar com a construção do imaginário das crianças. “O autor acredita na potencialidade das crianças, que elas são capazes de transformar o mundo positivamente. Os personagens são muito justos e éticos”, revela Regina. As crianças se reconhecem nos personagens das histórias e ficam com a ideia de que também podem mudar o mundo que as cerca. O fato do sítio incorporar elementos do mundo também passa uma lição para os pequenos: “significa que quando você conhece algo, você incorpora, você é influenciado por isso na sua forma de ser”, finaliza Regina.
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