
Apesar da pouca idade, Isabelle deixa evidente que já sabe a responsabilidade que é representar Emília. Tanto que, antes mesmo da estréia, a instrutora de dramaturgia Vera Freitas conversou com a pequena atriz sobre as reportagens que falavam o quanto seria difícil uma criança convencer como Emília, personagem que só havia sido interpretada por adultas. "Sei que disseram que não iria conseguir. Mas estou achando fácil", desdenha a garota sapeca. Na verdade, Isabelle ainda está se acostumando com a rotina da profissão. Antes de gravar as cenas, por exemplo, a menina se reúne com Vera Freitas para passar o texto junto com César Cardadeiro, que vive o Pedrinho, e Lara Rodrigues Mattos, que interpreta a Narizinho. Os três se espremem no sofá para escutar a instrutora. Se não bastasse memorizar o próprio texto, Isabelle não perde a oportunidade de repetir as frases dos colegas quando eles esquecem. "A Isabelle é a que tem mais texto para decorar dos três. Nem sempre é fácil ela se concentrar, mas geralmente não temos problemas", afirma Vera.
Mesmo com mais texto que as outras crianças, Isabelle não se assusta com o volume de trabalho. Pelo contrário. Deixando transparecer uma das características mais peculiares dos artistas, a vaidade, Isabelle garante que gosta de decorar grandes textos. "Porque apareço mais nas cenas", explica, num misto de ingenuidade e esperteza. A franqueza aparente da menina, na verdade, fica ainda mais explícita quando está gravando. Em algumas ocasiões, ela parece esquecer o texto e precisa ser ajudada pela instrutora e pelo diretor da cena. Pedro Vasconcelos, diretor do Sítio do Pica-pau Amarelo, por exemplo, repete a frase já com a entonação correta para ajudar a atriz. Quando não resolve, prefere não insistir e esperar alguns minutos até Isabelle se concentrar. "Não estressamos as crianças de jeito nenhum. Quando a cena empaca, peço sorvete e frutas para descontrair", afirma o diretor.
Mas foi a própria Isabelle que insistiu para que a mãe, a comerciante Damir Drummond, a levasse até uma agência de modelos infantis quando ela ainda tinha seis anos. Assim que percebeu que a filha levava jeito para a profissão, acabou cedendo. Não demorou para Isabelle ser chamada para participar do filme Pop Star, estrelada pela apresentadora Xuxa, e fazer uma participação na minissérie Os Maias, como Rosa, a filha de Maria Eduarda, papel de Ana Paula Arósio. Mas após fazer os testes para interpretar Emília e ser confirmada pela Globo, a mãe de Isabelle ficou receosa. Tinha medo da carga de trabalho, se a filha iria ter alergia da maquiagem ou sentir muito calor com o figurino de Emília. "Falei tudo isso para ela, mas ela ficou muito empolgada para fazer. Não tive opção e acabei aceitando", reconhece a mãe.
No entanto, Damir não deixa que a filha se distancie dos estudos. Isabelle cursa a primeira série da escola pública Jacira Pi, que fica perto de sua casa no bairro de Itaipu, em Niterói, no Rio de Janeiro. Ela estuda pela manhã, almoça em casa e parte com um carro da Globo para as gravações no sítio em Guaratiba. Isabelle diz que adora a popularidade que ganhou na escola, mas reclama quando alguns colegas a chamam de Ervilha. "Adoro estudar, só não gosto de matemática", ressalva a atriz. Quando não está gravando ou na escola, Isabelle aproveita para reforçar em casa o seu lado artístico. "Ela adora colocar salto alto e imitar algumas cantoras, como Wanessa Camargo", entrega a mãe de Isabelle
Notícia: 2001
Nenhum comentário:
Postar um comentário