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domingo, 15 de fevereiro de 2009
Goiabada de Marmelo
Não há criança – ou adulto – que tenha lido Monteiro Lobato (1882-1948) sem ficar com água na boca com a descrição dos quitutes preparados por Tia Nastácia. Como conta o escritor em O Saci, “quem comia uma vez seus bolinhos de polvilho não podia nem sequer sentir o cheiro de bolos feitos por outras cozinheiras”. Mal saíam da frigideira eram servidos com café recém-passado pelo coador, em cenas tão aromáticas como apetitosas. A fama do quitute alastrou-se de tal forma que, no livro O Minotauro, Tia Nastácia é seqüestrada pelo monstro antológico para que ele tivesse seu suprimento permanente. Em Viagem ao Céu, até São Jorge se deleita com as prendas da quituteira. Crianças do país inteiro escreviam cartas a Monteiro Lobato pedindo a receita. Mas nos próprios livros ele advertia que de nada adiantava mandar a lista dos ingredientes e o modo de preparar, porque Nastácia tinha lá seus segredos e, por isso, ninguém mais além dela conseguiria acertar o ponto exato.São raras as passagens, aliás, em que Monteiro Lobato fornece uma receita ou uma indicação para o preparo de um prato. Numa delas ele ensina como fazer talhada, “um dos doces que a boa negra fazia sempre: misturava melado de rapadura com farinha de mandioca e derramava aquilo ainda quente sobre a tábua de amassar pastel, numa camada aí de 1 centímetro de espessura, depois que o derrame esfriava e endurecia, ela o ‘talhava’ com uma faca, em quadradinhos e losangos”.
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