Pela primeira vez, a Globo estréia um programa diário numa sexta-feira, ainda mais em pleno feriado. O diretor Roberto Talma diz que a data foi escolhida para comemorar o Dia da Criança. Ele jura que não houve pressão da indústria de brinquedos para a estréia. Produtos com a marca e os personagens do Sítio estão nas lojas desde julho, data inicialmente prevista para a estréia da atração.
Talma afirma também que o horário não foi escolhido para concorrer com Caminhos da Fama, novela infantil exibida às 11h30 pela RedeTV! ‘Imagina se vou estar preocupado com eles’, afirma o diretor. ‘Nem pensei nisso.’ Com a entrada do Sítio, serão exibidos 20 minutos a menos de desenhos estrangeiros. ‘Já está mais do que provado que o que dá audiência é o produto nacional’, diz Talma. ‘Desenhos como Digimon não rendem tanto, nem aqui na Globo.’
Na nova versão do Sítio, a boneca Emília tem tudo para roubar a cena graças a sua intérprete, a esperta e falante Isabelle Drummond, de 7 anos. ‘Emília é a personagem mais legal do programa’, diz a sorridente (e modesta) menina. As crianças Cesar Cardadeiro e Lara Rodrigues são Pedrinho e Narizinho. Dona Benta é Nicete Bruno; Tia Nastácia, a ex-Frenética Dhu Moraes; Tio Barnabé, João Acaiabe; Visconde de Sabugosa, Candido Damm; e o Saci é Izak Dahora. O elenco conta ainda com Jacira Santos, Aline Mendonça, Zé Clyton e Sidnei Deckencamp, todos dando vida aos bonecos do programa.
Todos os recursos imagináveis da TV serão usados no programa. ‘A tendência é usarmos cada vez mais’, afirma Talma. Graças a isso, um dia inteiro de trabalho pode significar apenas alguns minutos no ar. Grande parte das gravações é feita em um sítio alugado pela emissora, na Ilha de Guaratiba, na zona oeste do Rio, a 20 quilômetros do Projac, complexo de estúdios da Globo.
A cada semana será contada uma história completa. A primeira será O Reino das Águas Claras, que faz parte do livro Reinações de Narizinho. A adaptação está sendo feita por Luciana Sandroni, Marina Mesquita, Claudio Lobato e Toni Brandão. Eles contaram que a principal preocupação foi a forma como o negro é mostrado nas histórias de Lobato. ‘A visão dele ainda é a do negro completamente serviçal’, diz Luciana. ‘Agora, todos na casa ajudam a Anastácia, apesar de ela ser a empregada.’
As gírias usadas por Pedrinho, um morador da cidade grande que viaja para o sítio da avó nas férias, foram atualizadas. Já Narizinho e Emília, como são do interior, falam de forma mais antiga. Anastácia usa microondas e Dona Benta, Internet. ‘Lobato é vanguarda até hoje, e é bastante politicamente incorreto’, diz Luciana. Essa parte incorreta jorrará na série da boca de Emília.
Para Nicete Bruno, o programa vai permitir a todos que dele participam’fazer alguma coisa’ pelas crianças. ‘As histórias estimulam a possibilidade de sonhar, exercitam a imaginação das crianças e reforça a importância das relações familiares’, enumera. ‘São coisas que andam esquecidas no mundo e na TV e só por isso já acho ótimo fazer.’"
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