Os corações de César Cardadeiro e Lara Rodrigues ficaram um tanto apertados ao receberem a notícia de que estavam dando adeus ao Sítio do Pica-pau Amarelo. Ambos com 13 anos, César e Lara já estão bem crescidinhos para os papéis de Pedrinho e Narizinho e vão deixar o elenco do seriado matutino da Globo em 2004.O episódio O Rodeio, que estréia na quinta, dia 6, é o último da dupla. Depois dele, os dois participam apenas do especial de Natal e cedem seus lugares a outras crianças, na faixa dos 9 e 11 anos. Embora triste com a sua saída, César se sente orgulhoso por ter feito o papel. "Sempre quis fazer o Pedrinho. Cheguei a assistir às reprises da primeira versão, mas nunca imaginei que, um dia, pudesse realizar esse sonho. Quando me chamaram para fazer os testes, quase caí para trás", lembra.
Já Lara Rodrigues ressalva que todo Pedrinho e Narizinho já entra para o Sítio sabendo que vai ter de sair um dia. Mas acrescenta que esperava que esse dia não chegasse nunca... "Na hora, bateu uma tristeza só! Afinal, já estamos juntos há quase dois anos. Viramos uma família!", derrama-se.
Mesmo assim, Lara prefere ver o lado bom da situação: ela se diz ansiosa por atuar em outras produções da emissora, como novelas e minisséries. Decidida a prosseguir na carreira artística, ela fala da experiência adquirida nos dois anos em que interpretou a Narizinho do Sítio. "Todo mês, recebemos a visita de alguém muito legal. Tive a chance de contracenar com grandes atores, como Lima Duarte, Cláudia Raia, Ney Latorraca...", enumera.
A atual diretora do Sítio, Cininha de Paula, não pretende abrir inscrições para escolher os novos Pedrinho e Narizinho. Ela vai recorrer ao acervo de fitas da própria Globo para selecionar os substitutos de César e Lara. Depois de uma pré-seleção, os candidatos vão participar de testes de vídeo e interpretação.
"Não adianta abrir inscrições para o Brasil inteiro porque não vou ter condições de trazer crianças das regiões Norte e Nordeste para trabalhar no Rio. Tem de ser alguém daqui mesmo", explica. A reformulação no elenco do Sítio, acrescenta ela, não vai se estender às outras crianças da série, Isabelle Drummond e Isack Dahora. "A Emília e o Saci não têm idade ou tamanho específico. Os dois, inclusive, sempre foram interpretados por adultos. Por mim, essas crianças não sairiam nunca", garante ela.
Na verdade, o "troca-troca" de crianças é quase uma tradição no Sítio do Pica-pau Amarelo. A primeira versão do seriado, exibida na Globo entre 1977 e 1986, contou com três Pedrinhos e quatro Narizinhos diferentes. Os mais famosos deles, Júlio César Vieira e Rosana Garcia, deixaram o elenco em 1980. Júlio César cresceu tanto que chegou a fazer o personagem de joelhos porque já estava mais alto que André Valli, intérprete do Visconde de Sabugosa.
Para escolher seus substitutos, a Globo recebeu cerca de 7 mil cartas de crianças de todo o Brasil. Depois de dezenas de entrevistas e testes, Marcelo José Patelli e Danielle Cristina Rodrigues foram os escolhidos. Hoje gerente comercial de uma transportadora de carga, Júlio César acredita que não tenha voltado a fazer sucesso na tevê porque sua imagem ficou bastante associada à de Pedrinho. "Eu me sinto honrado por ter feito parte da infância de muitos", garante ele.
César Cardadeiro também teme por seu futuro na tevê. "Todo mundo no colégio, só me chama de Pedrinho. Até a professora. Ninguém sabe meu nome verdadeiro", confessa ele. Para que eles não vivam o drama de tantas outras crianças, que cresceram e nunca mais repetiram o áureo sucesso da infância, a atriz Rosana Garcia, atualmente responsável pela preparação dos atores-mirins das novelas da Globo, dá um conselho a César e Lara. "Meu pai sempre disse que o trabalho na tevê não pode subir à cabeça. Por isso mesmo, a criança tem de aproveitar a vida e não se comportar como se fosse um pequeno adulto", ensina. Festa de rodeio De seres interplanetários e artistas circenses, Dona Benta e sua turma já receberam os mais inusitados visitantes. A partir dessa semana, uma caravana de rodeio vai acampar lá pelas bandas do Sítio do Pica-pau Amarelo. Entre os integrantes da comitiva, Wilbert Adams, personagem de Aloísio de Abreu, um vaqueiro metido a "cowboy" de faroeste norte-americano.
E Polidoro, papel de Marcelo Serrado, um peão boa-praça que sabe domar boi brabo como ninguém. Os dois vão brigar, literalmente, pelo amor de Branca Flor, uma caipira bonitona que mexe com o coração dos peões de rodeio. "Por ser apaixonada por Polidoro, ela vive sendo perseguida por seu patrão, o Wilbert. Graças a uma cilada que ele arma, Branca Flores se vê obrigada a casar com o sujeito", adianta Flávia Alessandra. Para incriminar Polidoro e afastá-lo de uma vez por todas de Branca Flor, Wilbert Adams esconde o troféu do rodeio no trailer do valente peão. Quando descobre as tramóias de seu arquiinimigo, Polidoro perde as estribeiras e parte para cima dele. Os dois, então, se atracam que nem dois cavalos xucros. "Embora seja um sujeito urbano, gosto desse universo rural. Sei até montar a cavalo", gaba-se Marcelo Serrado, que vai ter a oportunidade de mostrar no episódio outra de suas habilidades: a de tocador de gaita. Romântico, Polidoro vai improvisar uma serenata "country" para a sua amada, Branca Flor.
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César Cardadeiro
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